Pois bem! Em um dia bem ensolarado minha mãe Aparecida (filha do João Gerônimo) contou-me algumas histórias de sua vida. Falou-me o quanto era grata por algumas pessoas terem passado em sua vida. Essas pessoas deixaram boas marcas em sua história. E então, resolvi narrar esses fragmentos de sua memória. Para que estas pessoas saibam que elas fizeram a diferença na vida de alguém
Essas pessoas são Guimaranenses. Pessoas simples, porém, com muito amor e solidariedade.
Minha mãe iniciou sua história acerca de um casal realmente encantador. E a história era mais ou menos assim: _“Filha, esse casal mostrou-me o casamento de outro ângulo. Eles revelaram que uma união poderia ser construída de outra forma até então não vista. Pais de duas lindas meninas, hoje duas lindas mulheres, mas aos meus olhos nunca cresceram sempre duas lindas menininhas”.
E aquela introdução chamou muito a minha atenção e ela então continuou: “_Nossa história começou quando estava passeando na casa de meus pais. Porém, meu pai estava querendo que eu voltasse a Patrocínio para trabalhar. Foi quando a Vanilda (uma grande amiga) chegou lá querendo que eu fosse trabalhar na casa da irmã dela. Logo de cara não queria, pois pensei que jamais daria certo. Todavia, de tanto ela insistir, acabei aceitando”.
Para mim a cada frase que saia da boca de minha mãe me deixava mais e mais interessada no que vinha pela frente, e ela continuou: ”_Lá conheci uma mulher completamente diferente do que eu imaginava. Era uma pessoa doce, amiga, muito companheira, tanto ela quanto seu esposo. Neuza, Valdir e suas filhas Mara e Marcia fizeram o diferencial em minha vida. Pela convivência que tive com eles passei acreditar que havia homens que dava valor em suas mulheres. Homens que não maltratam ou espancam como até aqueles tempos era comum acontecer. Vi que todo casamento tem seus autos e baixos, porém com companheirismo podemos superar. Me fizeram ver o outro lado da vida. Mostravam amor por todos que passavam em sua casa. Respeitando todos e em todas as condições”.
Eu continuava vidrada em ouvir algo tão puro e verdadeiro e de um enorme significado. Mamãe, então, continuou: “_Nunca me trataram como uma empregada, mas sim como uma amiga da família. As meninas era tudo para mim! Eram duas bonecas que eu adorava mimar. Pois, eram de uma grande educação e sabiam transmitir amor, pois, foram criadas com esse sentimento e preparadas para saber doar esse amor fraterno. O tempo cronológico que convivi com eles foi muito pouco. Contudo, algo que pude eternizar em minha vida. No entanto, minha antiga patroa ligava todos os dias me chamando para voltar. E quando vi que a Neuza já não estava convalescente, resolvi retornar para Patrocínio”.
Consegui perceber a dor da separação no olhar de minha mãe e ela continuou: “_Foi um dia muito fatídico para mim. Era como estivesse arrancando pedaços de mim. Foi um sentimento recíproco, pois tanto eu quanto eles, sentíamos que fazíamos parte da mesma família. Os anos se passaram as minhas bonequinhas cresceram, todavia, nossa amizade continua a mesma, ainda que eles morem em Guimarânia eu em Patrocínio. Não nos vemos com frequência e nem nos falamos muito. Contudo, quando nos encontramos é como se tivesse apenas passado um dia sem termos nos visto. Pois, o amor e a gratidão que tenho pela Neuza e Valdir Caixeta e filhas é maior que o espaço do tempo”.
Nessas histórias de minha querida mãe, vejo o sentido da vida e pode ter certeza teremos muito mais ainda por vir.
Neuza e Valdir
