O CULTO À PRODUTIVIDADE E A ALMA DA EXCELÊNCIA

Não se fala noutra coisa no mundo dos negócios, senão produzir, produzir e produzir... Parece-me, que, de fato, o homem se tornou um robô do 'fazer capitalista'. E isso muito nos angustia... Se por um lado, os sistemas informacionais tem substituído vários profissionais e noutra ponta gerado novas demandas, isso gera também, como disse, uma certa angústia, um senso de inadequação, de não pertencimento e de incompetência frente a tantas novas demandas e desafios. Tememos o desemprego, sermos preteridos, as doenças, as crises, a incapacidade de produzir mais, melhor e em menos tempo. Insegurança, depressão, Síndrome de Burnout, Síndrome do pensamento acelerado... tantas doenças assolam o profissional moderno, frutos das muitas pressões e desumanização do trabalho...
Muitas são as técnicas e os métodos propostos todo santo dia pra ampliar a produção dos trabalhadores da era pós-digital: método Kanban, Pomodoro, ‘Regra de 3’, To do List, Matriz de Eisenhower, GTD, dentre outros. Muitos sequer se adaptaram ao mundo digital e já ouvem o frenesi inquietante do Metaverso e mais disrupção ainda a romper o cenário...
De fato, essa pressão excessiva do sistema produziu algo semelhante a um ‘culto à produção e à produtividade’, desconsiderando o homem e sua alma, seus ritmos pessoais, processos e ciclos. O ser humano tornou-se um fazer-humano, homem-máquina, servo dos sistemas que ele mesmo criou. Precisamos urgentemente refletir sobre isso e repensar nossos valores e prioridades se quisermos viver de forma saudável e feliz.
Antes de falarmos em processos e métodos, precisamos falar dos fundamentos da eficiência, e por fim, do que chamei ‘a alma da excelência...’
Eis, então, algumas reflexões essenciais nas quais eu e você precisamos imergir e nos aprofundar pra atingir nosso objetivo:
- Qual é o meu propósito maior e onde quero chegar com meu trabalho?
- Meu trabalho faz sentido pra minha alma e pro meu espírito?
- Quais são as rotinas pessoais que, verdadeiramente, me levarão à maestria nas minhas habilidades?
- Quais são as rotinas improdutivas que estão gerando dispersão e drenando minha energia e que precisarei eliminar da minha vida de uma vez por todas? Afinal, decidir é escolher e escolher é eliminar.
- Tenho discernimento sobre o que é essencial para o momento e também no longo prazo?
- Tenho intercalado períodos de descontração e intervalos em minha rotina pra manter minha energia equilibrada?
- Tenho respeitado meu corpo e meu ritmo próprio? Não se cobre demasiadamente, mas também não seja complacente consigo mesmo. Encontrar a harmonia em tudo o que fazemos é fundamental.
- Tenho aplicado inteligência emocional pra gerir os fatores estressantes sem me sucumbir a eles?
- Qual o grau de realização e satisfação eu tenho, de fato, obtido através do meu trabalho?
- Meu trabalho tem contribuído para fazer outros felizes e deixar um legado significativo?
Através dessa reflexão perceberemos que a alma da excelência, da eficiência e da produtividade sadia é a felicidade. Quem está feliz, é naturalmente produtivo e isso sem enfado, exaustão, esgotamento ou stress crônico. Porém só pode ser feliz quem encontrou seu propósito de vida e nele trabalha apaixonadamente. Foco, paixão, entusiasmo potencializam nossa energia. Por contrário: dispersão, mecanicidade, automatismos, fazer por fazer, falta de clareza do propósito, apatia e indiferença, drenam a energia e geram as mais diferentes doenças psicossomáticas.
Precisamos encontrar o caminho da alegria que renova nossa energia, no trabalho e na vida. E você? Já encontrou o seu? Se não, insista na busca e busque apaixonadamente e com fé, pois “aquele que busca encontra e àquele que bate, a porta lhe será aberta”.
Por Dário de Carvalho – Mentor de Vida e Carreira
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