Os Ciclos da Vida

Nada jamais continua; tudo vai recomeçar!
Mario Quintana
A vida é feita de ciclos, com inícios, meios e fins. Laços são feitos e desfeitos, links, os mais diversos são gerados nas conexões e desconexões do dia a dia. Períodos, fases, crises, vitórias e desilusões, aprendizados e disrupções, recuos e avanços se sobrepõe...
Os ciclos sustentam a capacidade de todos os seres vivos continuarem a prosperar e se desenvolver. Na verdade, tudo na vida é cíclico! Criação, morte e recriação acontecem num processo continuo rumo à evolução permanente dos seres e das coisas.
A vida na Terra se desenvolve através de uma reciclagem constante. Os elementos são continuamente recriados a partir dos átomos que circulam em cadeias biogeoquímicas. Morte, destruição e decomposição são partes de um ciclo que possibilita novas estruturações.
A própria natureza nos ensina sobre os ciclos: dia e noite, semeadura e colheita, as 4 estações, os ciclos lunares, os ciclos biogeoquímicos; os ciclos da água e dos gazes, os ciclos e movimentos do próprio planeta Terra, definindo nosso dia de 24 horas e ano de 365 dias...
Nosso corpo, com seu design assustadoramente perfeito, também se compõe de ciclos: o ciclo circadiano de um dia (relógio biológico), comandando os processos fisiológicos, o coração tem seu ciclo e ritmo, a respiração é cíclica, a pele se renova a cada 30 a 40 dias e a atividade elétrica do cérebro é medida por ciclos por segundo. Tudo isso é fantástico e incrivelmente pedagógico, se estivermos despertos a aprender...
Entendendo esses processos naturais, alguns dividem a vida humana em fases ou períodos: infância- até os 7 anos; adolescência- dos 7 aos 13 anos; juventude- dos 14 aos 25; maturidade- entre os 26 e 60 anos e velhice, de 61 em diante.
Outros, como Rudolf Steiner (filósofo e educador húngaro/austríaco 1861-1825), dividem a vida em períodos sucessivos de 7 anos: 0 a 7- ninho; 7 a 14- pertencimento; 14 a 21- crise existencial; 21 a 28- formação do eu; 28 a 35- crise existencial; 35 a 42- crise de autenticidade; 42 a 49- altruísmo; 49 a 56- ouvir o mundo; 56 a 63- sabedoria.
A sabedoria bíblica judaica milenar também já dividia a vida em períodos de 7 anos...
Mas, independente da classificação na qual busquemos referência, precisamos discernir, na nossa biografia, a singularidade dos nossos próprios ciclos conforme uma classificação estritamente pessoal. Precisaremos também identificar, em cada ciclo, suas três fases, sendo: abertura, processo e fechamento.
Porém, isso requererá de nós bastante autoconhecimento e autopercepção. Para isso, precisamos já ter incorporada em nossa vida, momentos de meditação, reflexão, questionamentos e autoanálise contínua e sistemática. Se você ainda não tem tais hábitos, acredite-me: será muito valioso se você puder investir pelo menos meia hora diária neste processo, naquele que for o seu melhor horário.
Precisamos vencer a fixação fetichista na estabilidade, imutabilidade e segurança absoluta; pois, neste mundo, “nada existe de permanente, senão a mudança”, como já ensinava Heráclito, filosofo grego a 540 anos antes de Cristo. Nossa mentalidade precisa se adequar à realidade sempre mutante, sobretudo à desses últimos tempos e adquirir resiliência, flexibilidade e capacidade de adaptação e adequação que cada ciclo nos exigirá.
Mas, como posso aprender melhor sobre cada um dos meus ciclos pessoais? (você me perguntaria). Posso lhe dar algumas dicas preciosas:
- Identifique seu ciclo atual;
- Identifique cada ciclo que passou com suas característica e demandas;
- Identifique em que momento do ciclo atual você está, conforme as três fases citadas;
- Verifique o momento exato do fechamento de cada ciclo e se todos foram devidamente encerrados com êxito (isso é imprescindível!). Se assim não foi, volte lá e encerre-o completamente;
- Viva o aqui-agora em toda a sua plenitude;
- Desenvolva resiliência e resistência física e psíquica para resistir aos eventuais dissabores de alguns fechamentos de ciclos;
- Tenha consciência permanente que a história geral e pessoal é cíclica e se prepare para os ciclos que virão;
- Tome cuidado em não ‘forçar’ abertura de novos ciclos simultaneamente;
- Identifique seus aprendizados em cada virada de ciclo, como isso impactou sua vida passada e presente e como impactará sua vida futura;
- Busque desenvolver sabedoria, discernimento e feeling sobre o momento de concluir um ciclo e se abrir a um novo.
Por fim, tenha em mente que recomeçar é ressurgir se abrindo ao novo, é uma forma de eternizar aquilo que é temporal e passageiro. É somatizar e metabolizar novas energias. Então, alegre-se e encha-se de entusiasmo, pois em cada virada de ciclo, abre-se novas oportunidades e incorporamos novas verdades que nos enriquecerão. O Rei Salomão já dizia a 900 a.C: “para todo propósito há um tempo e um modo mais adequado”. Assim foi, e assim sempre será.
A vida não é como uma redação da escola, apenas com começo, meio e fim. Não, não! É começo, meio, recomeço, meio, recomeços vários, novos meios e modos e, quando vier o fim, eis um novo recomeço. Eis uma nova vida - vida novinha em folha. Vida que sempre foi, sem idas e voltas, sem começo, sem meio, sem fim e; agora, fluindo eternamente, sem ciclos...
Por Dário de Carvalho – Mentor de Vida e Carreira
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